O que a ciência pode revelar sobre o futebol
A 19ª Copa do Mundo, que terá lugar na África do Sul, não escapa à curiosidade da ciência, que oferece informações importantes sobre a biomecânica do jogo, as leis físicas que o regem, nutrição e comportamento dos jogadores.
- Quando o jogador se atira para simular falta -
O psicólogo britânico Paul Morris analisou a questão para saber quando o jogador se atira para simular falta ou pênalti, e chegou às seguintes conclusões:
Quando o jogador cai com os braços para cima, as mãos abertas, o peito para frente e o joelho dobrado, não há dúvidas de que simulou a falta, porque "as leis biomecânicas dizem que isto não pode acontecer de maneira natural", revela Morris.
Quando há falta, "instintivamente os braços" do jogador que sofre a infração "vão para a frente para amortecer a queda, ou para o lado para manter o equilíbrio", segundo Morris.
- O esporte mais excitante -
Existe prova científica de que o futebol é o primeiro esporte em termos de surpresas, pois é a categoria onde se registram mais vitórias dos azarões, segundo estatísticas do laboratório mexicano de Los Álamos, que analisou em 2006 os resultados dos principais clubes desde 1888.
O futebol americano é muito mais previsível, porque as opções de vitória do mais fraco contra a equipe maior são 25% menores que no futebol tradicional.
- Os perigos da decisão nos pênaltis -
Olhar uma decisão nos pênaltis pode matar homens cardíacos, mas não representa qualquer risco para as mulheres.
Uma análise revela que o número de internações por ataque cardíaco aumentou 25% na Inglaterra quando a seleção nacional perdeu nos pênaltis para a Argentina, no dia 30 de junho de 1998, em jogo pelas oitavas de final da Copa da França.
Na Eurocopa de 1996, a taxa de ataques cardíacos ou acidente vascular cerebral cresceu 50% no dia em que a Holanda foi derrotada pela França nos pênaltis, nas quartas de final.
- Jogar em casa aumenta a testosterona -
Os pesquisadores britânicos Sandy Wolfson e Nick Neave analisaram até que ponto os hormônios secretados pelos jogadores que atuam no próprio estádio favorecem a equipe da casa.
Medindo os níveis de testosterona dos jogadores que atuam em casa, dos visitantes e dos atletas durante os treinos, Wolfson e Neave concluíram que este hormônio está mais presente nos jogadores que competem no próprio estádio.
A testosterona está ligada ao domínio, à confiança e à agressividade, o que leva a crer que os jogadores locais se comportam como homens defendendo seu território.
- A vantagem da camisa vermelha -
Os times com camisas vermelhas vencem mais, segundo análise realizada por universitários britânicos em 2008, baseada na Premier League.
Na Liga Inglesa, Manchester United, Liverpool e Arsenal vencem mais que equipes com uniformes de outra cor.
Parece que tal pesquisa não se aplica à Copa do Mundo, onde o Brasil, jogando de amarelo ou azul, faturou cinco títulos e é o maioral.
- Explicação para as bolas de efeito -
Os torcedores se lembram do golaço que Roberto Carlos fez na França em 1997, quando a bola tomou um impressionante efeito. Segundo os físicos, o percurso feito pela bola se explica pelo Efeito Magnus e o Princípio de Bernoulli.
No momento anterior ao chute, o ar se desloca de maneira irregular em torno da bola, que ao receber o impacto sai a toda velocidade.
O atrito com o ar vai retardando o progresso da bola e provoca uma trajetória curva, de acordo com o efeito dado inicialmente.
Isto explica porque o tiro de Roberto Carlos desviou da barreira francesa antes de entrar no gol junto à trave esquerda.
- As mãos não mentem -
Olhar as mãos dos jogadores pode ajudar a prever quem vai vencer a Copa. John Manning, da Universidade de Liverpool, estabeleceu que os melhores jogadores têm dedos anulares maiores que os indicadores.
- Sem álcool -
Tomar cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica não é a melhor forma de se recuperar de um jogo, segundo estudo neozelandês publicado no Journal of Science and Medicine in Sports.
Beber sem moderação após um esforço físico reduz a força muscular entre 15 e 20%, e os efeitos duram vários dias.
Texto: da AFP.
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